A conversa interna na descoberta de felicidade

10/03/2022

Vamos começar com uma reflexão:

Um corpo em calma se traduz também em uma mente relaxada, uma mente tranquila e concentrada, que pensa e decide melhor, por exemplo, no estresse, nas emoções negativas que nos torturam, no mal-estar físico que provocam, começamos a ter pensamentos bastante pessimistas e menos flexíveis, deixamos de ver as saídas para os problemas do dia a dia.

Quando praticamos o exercício de cultivar emoções positivas recordando inclusive, um provérbio que diz “estar bem para pensar melhor”, conseguimos de fato enxergar mais possibilidades para resoluções. Porém, algo assim requer, sem dúvida, facilitar que nosso organismo se sinta bem, a salvo de riscos, físicos ou psíquicos, que se sinta tranquilo, em harmonia…E cada indivíduo signifique a sua felicidade interna.

A reflexão citada acima é de Antônio Damasio (2005),Professor de neurociência, neurologia e psicologia na Universidade do Sul da Califórnia e ganhador do Prêmio Príncipe de Astúrias de 2005, seu estudo sobre as emoções e os mecanismos da consciênciae que nos oferece uma rica abordagem no tema.

Agora vamos pensar em como poderíamos experimentar o cultivo de emoções positivas para que nosso corpo entenda a mensagem e reduza ou diminua os fatores de estresses liberados em mal-estar físico e que nos leva de volta aos pensamentos negativos. É preciso quebrar o ciclo e emoções, pensamentos que despertam nossas memórias corporais e reavivam nossas sensações de mal-estar, estresse e dores.

Mas acredite!

São ações que podemos experimentar, ao ensinar ao corpo, um caminho de bem-estar. Lembra que “Um corpo em calma se traduz também em uma mente relaxada, uma mente tranquila e concentrada, que pensa e decide melhor…?” Então vamos abordar uma ação que todos temos ao alcance.

O que é o diálogo interno?

O diálogo interno, o falar consigo em voz alta, se comunicar com seu próprio ser é algo vital, algo emocionalmente necessário para nos cuidarmos como merecemos.

Com grande acerto, Aldous Huxley dizia que há apenas uma pequena parte do universo que podemos conhecer em profundidade e melhorá-la, essa parte é nossa e nos pertence: nós mesmo. No entanto, por mais curioso que pareça, nem sempre damos a atenção que essa parte merece. Nós nos descuidamos como alguém que deixa seu diário pessoal na gaveta, como quem deixa as chaves de casa em bolsos alheios.

Além disso, conforme os psicólogos explicam, todos nós fazemos uso do diálogo interno; porém, fazemos da pior maneira possível, sempre propenso à auto conversação negativa, recriminando atitudes, chamando atenção para os erros, desprezando as qualidades. Quando algo não sai conforme esperamos ou quando cometemos um erro, fazemos a pior conversa possível, dizendo como fomos desajeitados ao erro. E é esse persistente diálogo interno negativo que nos leva a sérios estados de desamparo e a contornar perigosamente o abismo da depressão ou das crises emocionais incapacitantes e nos afastamos da felicidade interna. Vamos evitar isso e iniciar uma conversa interna agradável, com falas acolhedoras, que te impulsiona ao bem-estar.

Vou me escutar e conversar comigo mesmo(a)?

Sim! O diálogo consigo mesmo melhora o potencial de atenção, a capacidade de reflexão, de melhores decisões, de concentração mais focada e melhor controle de distrações.

Algo tão simples quanto dizer a nós mesmos “Maria, concentre-se mais e pense sobre o que você vai fazer com esse problema” ou “Carlos, você está desperdiçando seu tempo inutilmente, acalme-se e reflita sobre o que está acontecendo” nos ajudará sem dúvidas a melhorar muitos de nossos processos cognitivos.

A conversa interna na busca pela felicidade

Quando você pratica a conversa interna e passa a falar consigo mesmo, é possível de “focar o momento presente com as emoções presentes” para tomar consciência delas, compreendê-las e gerenciá-las. É fazer as pazes com o que te incomoda e buscar momentos de bem-estar emocional.

O diálogo interno também é uma poderosa fonte de motivação, a mais sincera, a mais confiável e a que nunca deve falhar. Então, mesmo nas situações mais adversas, nada pode ser mais energético do que dizer a si mesmo “Vá em frente, Ana, você está tendo dificuldades, mas você não pode desistir agora, vamos lá”.

Por outro lado, algo que também nos explicam em uma publicação do “QuarterlyJournalofExperimental Psychology” é que, ao falar em voz alta, ativamos um “interruptor” no córtex cerebral, onde se baseia a consciência do “eu”. Desse modo, desenvolvemos um controle psicológico melhor para pensar com maior clareza e de forma mais eficiente.

Ao dar lugar a essa voz interior mais calma e segura, ganhamos perspectiva e colocamos a prova os pensamentos negativos e persistentes. Fazemos questionamentos que desmontam pensamentos catastróficos.

Os benefícios de falar consigo mesmo é que isso só será possível se formos capazes de controlar a conversação interna negativa em primeiro lugar. Essa que pouco a pouco nos sussurra que “por mais que você tente, vai dar errado”, ou que “você se equivocou novamente, está claro que você não tem solução”.* Leia o artigo sobre ansiedade e pensamentos negativos para entender melhor. *

Evite isso! Afinal, não há nada pior do que nos transformarmos em nossos piores inimigos. Citamos aqui,Sócratesquedefiniu os pensamentos como: “uma conversa honesta que a alma tem consigo mesma”.

Alex Monfredini

Psicólogo Clínico/Neuropsicólogo

CRP: 691677


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